segunda-feira, 2 de abril de 2012

Uma oração deprimente e confiante.

@ fé vem pelo ouvir.
                              
                                Habacuque.3:17-19.
Ao mestre de canto para instrumentos de corda.
“ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide; o produto da oliveira minta, e os campos não produzam mantimento; as ovelhas sejam arrebatadas do aprisco, e nos currais não haja gado, todavia eu me alegro no senhor, exulto no Deus da minha salvação. O senhor é a minha fortaleza, e faz os meus pés como os da corça e me faz andar altaneiramente.”
Fascina-me a ousadia do profeta Habacuque sua coragem em proclamar ainda que esteja totalmente exilado do fruto da figueira e da vide, do produto da oliveira e do mantimento do campo, ainda que houvesse chuvas e tempestades que levassem o próprio corpo e a vida a sofrerem mutações, fragilizado por uma situação de miséria e caos e total degradação; “todavia eu me alegro exulto no Deus da minha salvação” Oxalá o nosso amor a Deus alcance tal dimensão, ter coragem de dizer: ainda que a vida perca o sabor e que os ossos do corpo sejam quebrados e moídos e que na estupidez e assombro dos temporais sejamos atingidos, ainda assim me alegrarei no Deus da minha salvação. O que o profeta esta dizendo em miúdos é: se a fome chegar com a falta de mantimento pela esterilidade da vide e do campo, e nudez por falta de lã, pele para fazer vestimentas por não haver bois nos currais, ainda assim ele estaria satisfeito com o meu Deus. Sua ousadia e coragem são de fato invejável por saber que os valores eternos são, mas importantes, são imutáveis sempre prevaleceram, mesmo que venhamos a sofrer mutações na carne, todavia o espiritual é intocável, porém ainda que não pareça, mas de fato, “a tribulação é leve e momentânea”.
    As palavras neste trecho são de causar arrepios pois elas impetram uma maldição para a vida humana dentro das nossas realidades fisiológicas, mas o profeta entendia que poderia ser afligido pelo que é perecível, mas nunca sofreria mutações espirituais; pois estas, são imperecíveis e não trazem pesar, mesmo quando tudo parece perdido, quando não temos mas recursos, sem o que comer, vestir ou calçar, ainda que todos os ventos sejam contrários e já nos vemos engolidos pelos problemas e todas as alternativas foram gastas só nos resta então dizer o que disse o profeta: “todavia eu me alegro, exulto no Deus da minha salvação” os meus olhos estão no imperecível, eterno, imutável, tudo poderá nos faltar menos sua graça, fidelidade e proteção aos seus filhos.
  O que dizer do povo, dos sacerdotes, do pai de família do peregrino, do órfão, da viúva e de todos aqueles que a partir do momento em que ouviram o “ora cantos do profeta” deduziram ser esta uma maldição auto-impetrada sobre a nação, ou então era um encorajamento, para que passassem a confiar e adorar mais o senhor Deus, o fato é que de alguma forma isto repercutiu em toda nação de Israel, sem duvida trouxe muito conflito, discussões, debates, medo, ansiedade, murmuração, e muito pouca devoção, pelo fato de não trazer benefícios, mas grande acumulo de miséria sem ter o que comer, vestir e calçar, mexendo com o emocional psicológico, do povo, dentro das cadeias básicas de necessidades do ser humano. Creio que houve aqueles que interagiram com o profeta na mesma dosagem de fé e esperança, vislumbrando uma  auto dependência de Deus, seu escopo foi direcionado para os valores eternos e espirituais; por outro lado houve aqueles que se tornaram revoltados por ouvir tal profecia, “cantarolada” alegre, este foi sem duvida um fato impar, os rebeldes, murmuradores, glutões, avarentos, não se viam em meio ao tribulacionismo  proposto por Deus, através do profeta, isto gerou muita inquietação com pessoas que a partir do mesmo problema, com as mesmas limitações, e conhecendo o mesmo Deus fugiram e ficaram indiferentes; outros, todavia se regozijaram, por que seus olhos estavam a contemplar uma pátria superior, perpetuando seus ideais, em um conhecimento inequívoco de Deus, fica para mim a lição; nunca perder a visão do Divã de Deus, mesmo quando todos os ventos forem contrários, não confinar sua imensurável graça, viver abraçado e impregnado pelo derramar de seu amor na minha vida, pois só com esta usina de poder podemos vencer as lutas, dificuldades e adversidades da vida; não existe situação invencível até a morte é vencida: meu alvo senhor é ti conhecer, amar-te, devotado em ti servir, eu sou teu, só vou descansar quando retornar para ti, meu coração é teu senhor. “Fizeste-nos para ti e nosso coração vive inquieto até que descanse em ti”.

Romildo Sena Batista.